O Havaí é um arquipélago formado por 4 ilhas principais, sendo que a maior delas, a Ilha Havaí, é conhecida simplesmente como Big Island.
Dentro de Big Island existem várias regiões que, pra facilitar o entendimento aqui, podemos chamar de pequenas cidades. As mais conhecidas, e onde se encontram os 2 aeroportos principais da ilha, são Kailua-Kona e Hilo.
Como cada uma fica localizada em um lado oposto da ilha, o ideal para evitar longas viagens de carro todo dia é dividir a sua viagem e se hospedar uma parte em Kona e outra em Hilo.
Foi isso que fizemos. Dos 4 dias que passamos em Big Island, 2 foram em Kona (onde mergulhamos com as raias mantas) e os outros 2 foram em Hilo, de onde fizemos os outros passeios que vamos contar nesse post.
Durante esses 2 dias, ficamos hospedados em uma pousada super charmosa: GreenWillMind Bed & Breakfast.
As meninas que trabalham lá nos receberam super bem, deram várias dicas do que fazer na região e fizeram nos sentir em casa, com um café-da-manhã cheio de frutas tropicais (orgânicas e colhidas localmente), pão caseiro feito por elas mesmas, além de suco, leite, peanut butter e geleias à disposição na geladeira da cozinha comunitária. Achamos muito legal o café-da-manhã servido dessa forma, pois evita-se o desperdício e você não precisa se preocupar com detalhes que dificilmente você compraria durante a viagem (como um pote inteiro de geléia ou uma garrafa de leite só para você).
Com apenas 3 quartos, e o carinho com que as meninas que cuidam do local demonstram ter, o clima familiar e aconchegante se mantém sem muito esforço. A cama é super confortável, e ótima para relaxar e dormir bem depois de um dia inteiro andando pelas trilhas do Parque Nacional dos Vulcões.
Ligeiramente afastada do centro (a apenas 10min de carro), achamos a pousada muito bem localizada, em uma região mais calma e silenciosa, e super perto da estrada para o Mauna Kea, uma das principais atrações de Hilo.
O que mais nos chamou atenção – e nos fez gostar ainda mais do lugar – é a consciência ambiental e respeito pela comunidade e pela natureza que eles tem, reciclando, reaproveitando e preferindo fornecedores locais, até mesmo na hora de decorar o ambiente, sendo que os móveis das áreas em comum – lindos, por sinal! – foram feitos por um artista da comunidade. E todo esse pensamento e filosofia se encaixam muito com o que nós também acreditamos e defendemos.
Para fazer a sua reserva, você pode encontrar a pousada no Booking e, se fizer a reserva usando o nosso link, você não paga nada a mais por isso, e ainda incentiva a gente a continuar produzindo mais conteúdo para o blog! 🙂
Tem muita coisa para fazer em Hilo, mas como só tínhamos 2 dias para “turistar”, e sempre gostamos de fazer tudo com calma, tivemos que optar por deixar algumas atrações de lado e acabamos não conhecendo a famosa cachoeira Rainbow Falls e nem o Mauna Loa (conhecido por ser o maior vulcão ativo do mundo, com mais de 4 mil metros de altitude).
Parte dessa escolha foi porque a Tatá estava com a perna machucada – por ter encostado em um ouriço do mar no mergulho noturno que fizemos com as mantas alguns dias antes (contamos sobre isso aqui).
Enfim, acabamos elegendo 3 atrações para visitar nos 2 dias que passamos em Hilo:
MAUNA KEA
O Mauna Kea é um vulcão extinto, cuja última erupção foi há 4.500 anos. É o ponto mais elevado de todo o Havaí e a maior montanha do mundo, com 10.105m se considerarmos sua base que esta no fundo do Oceano Pacífico (sendo 4.207m acima do nível do mar).
Mauna Kea é uma expressão havaiana que significa “montanha branca”, e faz referência ao seu topo, que quase sempre está coberto de neve. E isso é uma das coisas mais incríveis desse lugar: você sai de um clima tropical na praia para uma montanha com neve! O Hawaii é sensacional!
É um dos poucos lugares do mundo onde você pode dirigir do nível do mar até 4 mil metros em apenas 2 horas. E, por isso, é extremamente recomendado que se faça uma parada no Visitor Center (que está localizado a quase 3 mil metros de altitude) para aclimatizar antes de dar continuidade à subida até o topo do vulcão.
Atenção mergulhadores! A altitude é tanta que, caso você esteja planejando mergulhar em Big Island, só pode subir no Mauna Kea depois de 24h. Então lembre-se de planejar direitinho o seu roteiro! 😉
Além disso, é recomendado também um carro 4×4 para prosseguir com a subida. Nós não estávamos com um 4×4, mas lemos em vários lugares que algumas pessoas sobem até o Visitor Center em um carro normal e lá conseguem carona com outros turistas que estão com o carro apropriado.
Nós subimos até o Visitor Center com essa intenção, mas chegando lá descobrimos que a estrada para o topo estava fechada devido ao vento muito forte que fazia naquele dia. Ou seja, não conseguimos subir! 🙁
Mas pudemos comprovar a necessidade da parada para aclimatização: a Tatá estava sentindo uma dor de cabeça e pressão em toda a face tão forte que parecia que a cabeça ia explodir. Sem brincadeira. Se a estrada estivesse aberta, iríamos ter que ficar pelo menos uns 30 minutos ali no Visitor Center para ver se a situação melhorava, mas como não era o caso, ficamos pouco tempo e já começamos o caminho de volta.
A gente mostra como foi essa saga nesse vídeo.
BLACK SAND BEACH
Existem várias “Black Sand Seaches” no Havaí, que nada mais são do que praias de areia preta! E, sim, a areia dessas praias é preta mesmo, resultado da erosão das pedras vulcânicas próximas da costa. Se você pegar a areia e olhar bem de perto, consegue enxergar os pedacinhos pequenos de pedrinha vulcânica.
Nós fomos na Kaimu Black Sand Beach, e, pra nossa surpresa, a trilha que leva até a praia é ainda mais interessante do que a própria praia em si. Pelo menos foi o que nós achamos (e depois de ver as fotos abaixo, achamos que vocês vão concordar com a gente…).
São cerca de 300m em um caminho inteiro coberto de lava seca, resultado de uma série de erupções do vulcão Kilauea entre 1983 e 1990.
É ao mesmo tempo triste e incrível poder caminhar por um lugar que surgiu há menos de 30 anos, se pensarmos em toda a destruição que a lava causou, e em toda a nova paisagem que esta se formando debaixo dos nossos olhos.
Nesse site aqui dá pra ter uma ideia de como era a paisagem antes e depois da atividade do vulcão.
PARQUE NACIONAL DOS VULCÕES
Um dos principais motivos que nos atraiu para Big Island era o fato de que lá existem 2 vulcões ativos: o Kilauea e o Mauna Loa. E esses vulcões ficam dentro do Parque Nacional dos Vulcões. Embora ativos, os vulcões são também previsíveis, e o passeio é seguro, desde que respeitadas todas as demarcações das trilhas que existem no parque.
São mais de 240 km de trilhas que passam por crateras, desertos e florestas tropicais. Mesmo se você não conseguir ver a lava saindo do vulcão, como foi o nosso caso (é muito difícil, aquela coisa de ter sorte de estar na hora certa no lugar certo, sabe?), mesmo assim é um lugar fascinante, e um passeio que não pode ficar de fora da sua viagem pelo Havaí.
Três momentos marcaram nossa visita: a caverna feita pela lava (chamados lava tubes), o brilho incandescente da lava na cratera do vulcão Kilauea e o arco marítimo (uma das paisagens mais lindas da viagem).
O ingresso para o parque custa US$25 por carro (ou seja, se tiver 1 ou 4 pessoas dentro do carro, o valor é o mesmo), e é válido por 7 dias, durante os quais você pode retornar ao parque quantas vezes quiser.
Com essa informação em mente, dividimos nossa visita ao parque em 2 dias: o primeiro foi logo depois que voltamos do Mauna Kea (como não tínhamos conseguido subir até o topo, acabamos voltando mais cedo do que o planejado), e fomos para o parque já no começo da noite, que é a melhor hora para ver a lava incandescente na cratera do vulcão Kilauea.
No mesmo dia, visitamos também o museu, que fica do lado do mirante de onde pudemos ver a cratera, cheio de informações geológicas sobre os vulcões, e também sobre as lendas e crenças havaianas em torno deles. É tudo muito interessante, e a visita ao parque é imperdível!
Nesse vídeo abaixo, a gente mostra um pouco da Black Sand Beach e do Parque Nacional dos Vulcões: