SARGAÇO NAS PRAIAS DE COZUMEL: como evitar esse problema na sua viagem?

30/08/2015 | atualizado em 09/08/2024

A quantidade de sargaço presente nas praias de Cozumel (e dos Estados Unidos e Caribe em geral) vem aumentando gradativamente ao longo dos anos, e fatores como o aquecimento global e o desmatamento às margens do rio Amazonas podem estar contribuindo para isso.

 

Se você está planejando viajar para essa região, leia este artigo para entender qual época seria melhor evitar, para não correr o risco de encontrar o mar – que deveria ser azul turquesa e cristalino – com vários tons de marrom.

 

sargaço nas praias de cozumel

Sargaço manchando o mar turquesa de Cozumel, com sua coloração escura e marrom.

 

 

O problema do sargaço em Cozumel

 

Estamos vivendo em Cozumel há 3 meses, e a primeira vez que vimos essa alga por aqui foi quando fizemos uma volta em torno da ilha e encontramos as praias do lado leste assim: lindas, mas com essa faixa marrom na areia, que são algas marinhas conhecidas como sargaço.

 

Praias de Cozumel cobertas de sargaço

As praias do leste da ilha de Cozumel estavam cobertas de sargaço.

 

Enquanto o volume de sargaço estava relativamente pequeno como na foto acima, não era assim um problema muito grave. Acontece que nos últimos meses a quantidade dessas algas se multiplicou de tal forma que o Mar do Caribe, conhecido pela famosa coloração azul-turquesa, está ficando marrom, gerando um problema dos grandes para a indústria do turismo.

 

Sargaço em praia de Tulum: areia e mar marrom

Sargaço acumulado em uma praia de Tulum, famosa pelo tom azul turquesa de suas águas.

 

Na verdade, não é de hoje que se observa um acúmulo dessas algas na região. Durante a primavera e o verão, sempre foi normal a presença delas nas praias dos Estados Unidos e Caribe, mas desde 2011 essa quantidade vem aumentando gradativamente. E esse ano atingiu níveis nunca antes registrados.

 

 

O Mar de Sargaços

 

Existe uma região entre o Golfo do México e o Atlântico Norte que ficou conhecida como “Mar de Sargaços“, por acumular uma grande quantidade dessas algas flutuantes.

 

O primeiro relato oficial da existência dessa região foi feito por Cristóvão Colombo, em 1492. Ao avistar os sargaços flutuando em pleno Atlântico, ele pensou que já estava se aproximando de terra firme, e isso o motivou a seguir viagem em direção às Américas.

 

Localização do “mar de sargaços”

 

Parte do ecossistema marinho e importante fonte de alimento para tartarugas, peixes, mamíferos e até mesmo aves, o sargaço encontrado nessa região permanece ali graças à presença de correntes contrárias que o rodeiam: a Corrente do Golfo, do Atlântico Norte, das Canárias e a Corrente Norte Equatorial.

 

 

Como o sargaço vai parar nas praias de Cozumel e do Caribe

 

Ninguém sabe ao certo o real motivo para o aparecimento de tanto sargaço nas praias do Caribe e Estados Unidos, mas vários fatores são apontados como possíveis causas, e um deles é o aquecimento global.

 

O aumento da quantidade de CO2 presente na atmosfera e sua consequente absorção pela água do mar provoca um efeito conhecido como acidificação dos oceanos, o que estimula a reprodução dessas algas.

 

Sargaço acumulado nas praias de Cozumel e Tulum

Muitas são as causas que levam ao aumento da quantidade de sargaço acumulado nas praias do Caribe.

 

Outro fator que pode estar influenciando nesse sentido são os fertilizantes originários das áreas cultivadas próximas ao rio Amazonas. Com o desmatamento nas margens do rio, esses produtos químicos acabam escoando para as águas fluviais que vão acabar na corrente marítima. E eles também têm influência no aumento da taxa reprodutiva do sargaço.

 

Isso tudo, somado às alterações das correntes que circundam o “Mar dos Sargaços”, normais nessa época do ano (de abril a agosto), pode estar provocando esse pesadelo caribenho que parece não ter fim.

 

 

Quando é melhor evitar viajar para o Caribe? 

 

A Riviera Maia é a região que mais sofre com os sargaços atualmente. Cancún, Playa del Carmen, Tulum, e mais uma série de praias na costa do estado de Quintana Roo estão lotadas de sargaço.

 

A vantagem de Cozumelonde estamos, está no fato de ser uma ilha e, por isso, só um dos seus lados está afetado, no caso, o lado leste. A praia do centro e os principais pontos de mergulho (ainda) estão preservados com seu azul-turquesa infinito.

 

Apesar do sargaço presente no lado leste, Cozumel ainda tem muitas praias com seu azul turquesa e beleza preservados!

 

Embora inofensivo para a saúde do ser humano, a presença de sargaço nas praias afugenta o turista pelo cheiro forte que exala, pela presença de pequenas pulgas que ficam presas entre as algas e podem irritar os de peles mais sensíveis e, obviamente, pela beleza roubada das praias.

 

Fica, então, o alerta: se você estiver planejando férias para a região de Cozumel, Tulum, e do Caribe Mexicano em geral, pesquise muito bem antes sobre as condições das praias para não acabar frustrado e decepcionado. Embora seja muito difícil precisar com exatidão quais praias vão estar cobertas de algas, a época conhecida como “temporada de sargaços” na região vai de abril a agosto.

 

Se quiser uma previsão mais exata, aqui você encotra uma monitoração real da quantidade de sargaços no Caribe Mexicano.

 

Mas, independente da presença massiva dessas algas, lembre-se que nem só de praias vive o Caribe! Esses destinos oferecem muitas atrações alternativas, como é o caso do mergulho em Cozumel, os shoppings de Cancún e os cenotes e ruínas maias de Tulum.

 

mergulho nos cenotes de tulum

Água doce e cristalina: mergulhar nos cenotes de Tulum é uma experiência incrível!

 

Resolver o problema do sargaço no Caribe começa com cada um de nós

 

Quando iríamos imaginar que o rio Amazonas teria alguma relação com a coloração azul-turquesa do mar do Caribe, não é mesmo? Isso vale também para lembrarmos que tudo está interligado. O lixo que você joga no chão, em uma praia no Guarujá pode ter consequências irreversíveis em uma ilha paradisíaca na Tailândia, por exemplo…

 

Enquanto não assumirmos para nós mesmos que somos os responsáveis por muitos problemas ambientais do passado, do presente e do futuro, pouco ou nada poderá ser feito para reverter situações desagradáveis, como é o caso do sargaço no Caribe. É preciso uma mudança de atitude em escala global, e essa mudança começa com cada um de nós.

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