30.07.2018 | data da viagem: 04.12.2017

Depois do perrengue de chegar no aeroporto de Waimea em Big Island e não ter como sair de lá, finalmente chegamos em Kona! Tínhamos apenas 2 dias na cidade, então assim que chegamos, deixamos nossas coisas no Airbnb que reservamos e fomos dar uma volta no centrinho, tomar um shaved ice (a famosa raspadinha gourmetizada do Havaí) e assistir ao pôr do sol.

Pôr do sol em Kona, Big Island, Havaí.

Centrinho de Kona, com lojas, restaurantes e um clima delicioso para passear à noite.

Ficamos com vontade de ter pelo menos mais um dia na cidade para curtir melhor esse centrinho, cheio de lojinhas e restaurantes. Mas, ficou pra próxima!

No dia seguinte, fomos curtir uma praia não muito longe de onde estávamos hospedados, chamada Kua Bay, e acabou que essa é uma das melhores praias da ilha, com um mar tão azul que mesmo num dia nublado fica lindo assim:

O mar azul de Kua Bay, em Kona, Big Island, Havai.

Kua Bay vista de cima.

Kua Bay tem uma divisão natural com pedras, que acaba formando praticamente 2 praias.

A praia tem uma ampla faixa de areia de um lado e é cheia de pedras do outro, formando quase que duas praias no mesmo lugar.

A água é relativamente morna (padrão havaiano), mas as ondas são bem fortes, sendo comum a prática de bodyboard por ali.

O acesso à praia é bem fácil de carro (já falamos aqui que alugar um carro é essencial pra se deslocar pela ilha): cerca de 20km do centro de Kona, dirigindo em direção ao norte da ilha (a praia fica a 10min de carro do aeroporto).

As pedras vulcânicas dão um charme extra às praias do Havaí.

Depois de passar o dia na praia, voltamos para o Airbnb para almoçar (fizemos mercado no dia anterior para economizar – o Havaí é lindo, mas não ajuda no orçamento de mochileiros!) e saímos novamente à tarde para a atração mais famosa e nosso grande objetivo em Big Island: o mergulho noturno com as raias mantas!

Mergulho noturno com as raias mantas: o principal motivo de termos ido para Big Island.

Como esse é o principal mergulho da ilha, praticamente todas as operadoras de mergulho de Kona fazem o passeio. Pesquisamos muito e acabamos fechando com a mais barata que encontramos. Pagamos US$125 cada um, por 1 mergulho único de 45min.

Lembrando que nesse valor está incluído apenas o cilindro, lastro e lanterna de mergulho (se você precisar alugar BCD, wetsuit, regulador, mascara e nadadeiras, tem um custo a parte). Como a gente está levando todo o nosso equipamento de mergulho na mochila, não precisamos pagar nenhum extra!

Existe também a opção de fazer snorkel (cerca de US$115) ou fazer 2 mergulhos (na faixa de US$145), sendo que o primeiro é durante o entardecer, e apenas para reconhecimento do local, com visibilidade de alguns peixes e corais – não há garantia de ver as mantas no primeiro mergulho.

O grande diferencial do mergulho com as mantas no Havaí é o fato de que ele não exige muito do mergulhador. Tudo que você tem que fazer é ficar parado no fundo do mar enquanto as mantas literalmente vem até você!

45min parados no fundo do mar, apenas observando a beleza da dança das mantas.

Elas chegam bem pertinho da gente, dá pra ver todos os detalhes.

Tudo começou algumas décadas atrás, quando em 1971 foi construído um grande hotel próximo à costa de Keauhou. Como esse hotel era muito iluminado, isso acabou atraindo uma grande quantidade de zooplanctons para a região, que são o alimento principal das arraias, e, consequentemente, elas começaram a dar o ar da graça por ali.

O mesmo processo se repete até hoje, mas dessa vez, além da iluminação do hotel, os plânctons são também atraídos pelos holofotes que as operadoras de mergulho instalam no fundo do mar, além da luz proveniente das lanternas dos próprios mergulhadores.

Assim, a concentração de luz é tanta que a presença de mantas é 90% garantida! — Nunca é 100% porque, como são animais livres e selvagens, sempre tem a possibilidade de elas não aparecerem. Mas, se isso acontecer, é uma prática comum das empresas de mergulho oferecerem um novo mergulho — de graça ou com um bom desconto — para que você possa ir novamente!

Lembre de confirmar essa possibilidade com a operadora antes de fechar o passeio, e procure garantir o mergulho logo nos primeiros dias do seu roteiro! Assim, caso não dê a sorte de encontrá-las logo de cara, ainda terá tempo para encaixar uma segunda tentativa.

Um dos mergulhos mais bonitos e graciosos que já fizemos.

No nosso caso, vimos não apenas 1, mas cerca de 20 raias mantas em um só mergulho! Foi sensacional! Elas chegam tão perto que dá pra ver dentro da boca delas!

Sabemos que foram cerca de 20 mantas porque o nosso divemaster contou e anotou o nome de cada uma! Sim, o nome! Isso é uma das coisas mais incríveis sobre esses animais… sabe essas manchas pretas que elas têm na parte de baixo? Elas funcionam como a nossa impressão digital: são únicas e exclusivas de cada indivíduo.

E existe uma base de dados online onde todas as mantas já encontradas em um mergulho estão catalogadas e identificadas pelo nome. Inclusive, se você mergulhar um dia, fotografar e conseguir identificar uma manta que ainda não existe no catálogo, você pode batizá-la com o nome que quiser! Não é demais?

As manchas pretas são como a digital das mantas, e é possível identificar cada indivíduo – e nomeá-los – através da análise dessas manchas.

Apesar de enormes, são também completamente inofensivos. É um mergulho que vale muito a pena!

Apesar de impressionarem pelo tamanho (são consideradas um dos maiores peixes do mundo, podendo chegar a 8 metros de envergadura e pesar mais de 2 toneladas), as raias mantas são animais completamente inofensivos. E é tão bonito de ver, elas ficam nadando entre as luzes, fazendo piruetas, parece um verdadeiro balé! 😍

Dá uma olhada no vídeo que fizemos pra tentar entender um pouco do quão mágico é esse momento:

Incrível, né? Só não foi melhor por causa do bendito ouriço do mar que resolveu marcar presença na perna da Tatá logo no início do mergulho! (se você viu o vídeo, sabe do que estamos falando! rs)

A dor foi tanta que eu (Tatá) sofro até hoje só de lembrar. Mas o pior, na verdade, foi depois… Quando saímos do barco (talvez pelo esforço que eu fiz para subir a escada carregando o cilindro nas costas), eu chorava de dor e mal conseguia erguer a perna.

Marca dos espinhos do ouriço do mar que ficou na perna da Tatá.

O pessoal do barco me orientou a colocar vinagre e observar a região, que deveria apresentar alguma melhora dentro de 2 dias. Caso contrário, poderia acontecer de ter ficado algum espinho dentro da pelo, ou mesmo um pouco de veneno, e eu deveria procurar um médico para conseguir remover tudo.

Felizmente, nada disso foi preciso! No dia seguinte, os pontos pretos já tinham sumido, e cerca de 3 dias depois eu já estava conseguindo andar normalmente. Que bom, né?! 😅

Mas independente disso, o mergulho com as mantas foi sensacional e uma das melhores experiências subaquáticas que já tivemos! Você já mergulhou ou tem vontade de encontrar com esses bichos também? Conta pra gente a sua experiência!!

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