Mulherada mergulhadora na expedição de Recife da Octopus Dive.
Nós estávamos na primeira semana de Novembro, e até achamos que estava bem agitadinho… Mas, pra região, segundo a tripulação do barco, o mar estava nas melhores condições! Então sempre pode piorar rs…
Na semana anterior à nossa chegada, disseram que o mar estava bem mais agitado, e a previsão para a semana seguinte era de que a visibilidade ficaria prejudicada.
Então, confirmando a experiência da Octopus, a semana do feriado de Finados é a melhor época para mergulhar nos naufrágios de Recife! Sol, temperatura da água agradável, ausência de correntes no fundo, visibilidade de mais de 30m e um mar relativamente mais calmo na superfície. Só vai que é sucesso!
Com qual operadora mergulhar em Recife?
Fizemos todos os mergulhos com a operadora local Syrien Dive. O Max nos recebeu super bem, e garantiu um clima super agradável no barco durante todos os dias de mergulho.
Além disso, o barco estava fechado apenas para o nosso grupo que estava viajando com a Octopus (éramos em 12 mergulhadores). Isso foi ótimo e nos deu muito mais conforto embarcados, além de ajudar na organização, segurança e dinâmica de toda a operação.
Com a Octopus Dive e Syrien Dive em Recife!
Todo o staff da Syrien também foram muito atenciosos e prestativos, auxiliando os mergulhadores com a preparação pra cair na água e a volta para o barco ao fim de cada mergulho.
Como é a operação de mergulho em Recife com a Syrien Dive?
De modo geral, a rotina dos mergulhos era assim: chegada no Iate Clube do Recife às 7h da manhã, para montagem dos equipamentos e briefing sobre os mergulhos do dia.
São cerca de 2h de navegação até os naufrágios, variando um pouco pra mais ou pra menos, dependendo do ponto que será visitado no dia.
Como de costume, são 2 mergulhos em cada saída de barco. Como são mergulhos mais profundos (entre 25m e 30m de profundidade), a duração de cada um não costuma ultrapassar os 40min.
No intervalo de superfície entre um mergulho e outro, é oferecido um lanche no barco (sanduíche, frutas e alguns salgadinhos, além de água e refrigerante). E, por volta das 14h ou 15h já estávamos de volta no Iate Clube.
Naufrágio Saveiros – Recife, Pernambuco.
Uma coisa que nos chamou atenção é sobre a organização da operação com relação à entrada e saída dos mergulhadores da água. Como o mar costuma ser mais agitado, esses momentos podem ser mais complicados, e exigem mais atenção de todas as partes.
Com a Syrien funciona mais ou menos assim: ao se aproximar do primeiro ponto de mergulho, o capitão aciona a buzina da embarcação, sinalizando que é o momento de todos começarem a se equipar.
Ao som da segunda buzina, o divemaster responsável pela operação cai na água para prender a corda no naufrágio e posicionar as bóias que servirão de apoio para os mergulhadores.
Corda presa, todos equipados, o capitão posiciona a embarcação de forma que a boia esteja alinhada com a popa, levando em consideração possíveis correntes na superfície, e soa a terceira buzina, indicando que é o momento dos mergulhadores começarem a cair na água.
Naufrágio Mercurius, Recife – Pernambuco.
No retorno do mergulho, tem outras orientações: subimos para a superfície e ficamos apoiados na bóia, até que o barco se aproxime. Então, uma corda é jogada, e nós soltamos a boia para segurar nessa corda, que vai nos ajudar no trajeto de volta ao barco.
É um pouco diferente de outras operações, mas, no segundo dia de mergulho, já estávamos todos acostumados, e vimos como realmente funciona muito bem esse esquema!
Quem pode mergulhar nos naufrágios de Recife?
Como a maioria dos naufrágios se encontram na faixa dos 25 a 30 metros de profundidade, é necessário ter o Curso de Mergulho Avançado para mergulhar em Recife. A certificação básica de Open Waters não é suficiente, pois ela permite que o mergulhador chegue apenas até os 18m de profundidade.
Além disso, é recomendado também ter a especialização em Nitrox, para poder aproveitar melhor os mergulhos, e ficar mais tempo embaixo d’água com segurança.
Ao mergulhar com Nitrox, o mergulhador absorve menos nitrogênio, o que possibilita mais tempo de fundo, uma vez que aumenta o seu limite não descompressivo.
Os naufrágios em Recife se encontram a mais de 20m de profundidade, então é aconselhado ter o Curso Avançado e Nitrox.
NAUFRÁGIOS DE RECIFE: como são os mergulhos?
Ao longo dos 5 dias, mergulhamos em 10 naufrágios diferentes, e também fizemos um mergulho noturno – que foi um dos pontos altos da viagem!
Com relação à vida marinha, a principal característica são os inúmeros cardumes, além de tubarões lixa, raias e tartarugas que sempre aparecem pela região.
MERCURIUS
Naufrágio Mercurius. Recife, Pernambuco.
Foi o primeiro mergulho que fizemos. O Mercurius era um rebocador de porte médio (quase 30m de comprimento) que teve papel importante no reboque do vão central da Ponte Rio-Niterói na década de 70, junto com o Saveiros (outro naufrágio da região).
Foi afundado propositalmente em 2006, para formação de recife artificial, e está a 29m de profundidade.
Cardume no interior do Mercurius.
Vimos muitos cardumes, incluindo um cardume de peixei-enxada lindíssimo (bem comum na região), e vários tubarões lixa deitados no porão da embarcação.
TAURUS E VIRGO
Taurus e Virgo: duas embarcações afundadas no mesmo ponto de mergulho.
O segundo mergulho do dia foi no esquema 2 em 1. São dois naufrágios que se encontram afundados no mesmo ponto, a 20 metros de distância um do outro, e ambos a 25m de profundidade.
O Taurus foi afundado em 2006, junto com o Mercurius. E o Virgo foi afundado em 2017, é o mais recente a fazer parte do Parque de Naufrágios.
SAVEIROS
Naufrágio Saveiros. Recife, Pernambuco.
O Saveiros atuou junto com o Mercurius na construção da ponte Rio-Niterói na década de 70, e encerrou as operações em 2004. Está a 29m de profundidade.
SERVERMAR
Mergulho no Naufrágio Servermar, em Recife – Pernambuco.
O Servemar foi afundado em 2004, a uma distância de 9km da praia de Boa Viagem, e é um dos pontos de mergulho mais próximos da costa.
Se encontra a 25m de profundidade, e embora já esteja mais destruído que os outros, sendo que alguns destroços encontram-se fora do naufrágio, tem muita vida marinha alocada nas suas estruturas.
Tubarão-Lixa no naufrágio Servermar, em Recife.
Cardume de peixe-enxada no naufrágio Servermar, em Recife.
Vimos muitos cardumes de pequenos peixes, e animais de grande porte como tubarões lixa e raias também são frequentemente encontrados. por ali.
PIRAPAMA
O nosso preferido de todos os mergulhos que fizemos!
O naufrágio Pirapama foi o nosso mergulho preferido em Recife.
Afundado há mais de 1 século, ele já está bem deteriorado, tanto que só sobrou praticamente o casco. Mas, em compensação, a vida marinha que se acumulou nas suas estruturas ao longo do tempo é muito rica.
Para nossa alegria, fizemos 2 mergulhos no Pirapama: um de tarde e outro noturno. E não tinha lugar melhor pra fazer um mergulho noturno! Vimos uma tartaruga cabeçuda enorme, raias, muitas lagostas, moreia, polvo… difícil foi querer voltar pra superfície!
Raia que encontramos no mergulho noturno no Pirapama. Atrás dela, está o Max da Syrien Dive.
Um fato curioso é que, ao contrário da maioria dos outros naufrágios de Recife, o Pirapama de fato sofreu um acidente. Ele se chocou com o Vapor Bahia em 1887, mas, apesar dos danos, conseguiu retornar ao porto, onde permaneceu encostado por 2 anos, até ser finalmente afundado para construir recife artificial.
SERVERMAR X
Mergulho no naufrágio Servermar X, em Recife.
O Servermar X foi a primeira embarcação afundada propositalmente em Recife, para a criação do Parque de Naufrágios, em 2002. Se encontra a 25m de profundidade, e tem o interior ainda preservado, como pode ser visto nas fotos abaixo.
Interior do naufrágio Servermar X.
Interior do naufrágio Servermar X.
Tubarões Lixa no naufrágio Servermar X.
VAPOR DE BAIXO
Mergulho no naufrágio Vapor de Baixo, em Recife.
O Vapor de Baixo é mais um caso de naufrágio que aconteceu de forma acidental, e até hoje não se tem muitas informações sobre a data ou o que de fato aconteceu.
Ele já está bem deteriorado, e boa parte das suas estruturas encontram-se enterradas na areia, sendo possível perceber somente o contorno do casco.
Entretanto, o que mais se destaca são as rodas do conjunto propulsor, bem visíveis e que criam um ambiente bem diferente com relação aos outros naufrágios.
SÃO JOSÉ
Mergulho no naufrágio São José, em Recife.
Embarcação de 24m de comprimento, que está a 30m de profundidade.
BELLATRIX
Naufrágio Bellatrix, em Recife.
É mais um dos nossos preferidos, dessa vez por causa do seu interior ainda mais preservado, e com ampla abertura, que possibilita a penetração dos mergulhadores.
Nat Pinheiro no naufrágio Bellatrix.
A Nat Pinheiro, da Syrien Dive, nos acompanhou nesse mergulho, e foi a nossa guia na penetração da embarcação. Sem dúvida, foi um dos pontos altos do mergulho! É muito legal percorrer pelos corredores, cabine e sala de comando do barco.
Mergulho no naufrágio Bellatrix, em Recife.
Como foi a expedição para Recife com a Octopus Dive
Achamos muito legal a forma como a Octopus conduziu a organização da viagem, distribuindo as atividades ao longo dos dias, e oferecendo suporte a todos do grupo.
O pacote da expedição incluía o traslado tanto do aeroporto até o hotel quanto de todos os dias de deslocamento do hotel para o Iate Clube e retorno. Além da passagem aérea, hospedagem e, claro, dos mergulhos.
Por do sol em alto mar, enquanto aguardávamos para fazer o mergulho noturno no Pirapama.
Fizemos também um passeio em Olinda, passando pelo Mercado de São José no caminho. Foi realmente uma experiência bem completa em Recife!
Nós adoramos a viagem toda, e super recomendamos tanto a expedição da Octopus quanto a operação de mergulho da Syrien.
Ficou com alguma dúvida sobre a expedição ou os mergulhos em Recife? Deixa aqui nos comentários!
2 Comentários
tira uma dúvida, vocês ja caem com o colete desinflado? e vai direto, ou cai segura na boia de apoia e todos começam a desde juntos?
Oi Ana Paula! No nosso caso, a entrada na água foi feita por duplas. Você entra ao sinal do barco, na sequência sua dupla, se dirigem para a boia, confirmam que está tudo ok, e iniciam a descida, pela corda, sem a necessidade de esperar pelo grupo todo. Mas isso pode variar, dependendo da operadora e das condições do dia.